Spaço Edna Fernandes

Vida Nova

Acordar de um pesadelo é como se você deixasse de ver a luz no fim do túnel.

Hoje já posso descrever o que senti e como eu pensava durante essa turbulência que foi a minha vida, e por um período de pouco mais de três meses.

Eu estava sofrendo tanto, que nem eu mesma tinha a capacidade de saber o quanto o sofrimento estava me destruindo. É muito triste quando você perde o prazer pela VIDA!

Eu perdi a vontade de viver. Pra mim o mundo não tinha mais espaço. Lamentava-me quando sabia que alguém tinha óbito e eu que tanto desejava a morte não morria! Cheguei ao ponto de tentar tirar minha própria vida, me revoltei por que descobriram e não consegui concluir... Naquele momento de desilusão pensava muito, estava muito certa do que estava fazendo... Eu, uma mulher guerreira que sempre lutou pela vida e pela família,  trabalhava e corria atrás dos objetivos enfrentando tudo e todos com muita firmeza, mas, naquele momento me encontrava doente, inútil e desamparada.  Tristeza, dores e solidão era meu cardápio! Meus pais já idosos e doentes, os quais precisavam de mim, nem deles podiam cuidar. Meus filhos cresceram antes do tempo por falta de ter uma mãe presente na vida deles para cuidar e apoiá-los. Ao contrário sofriam em ver minha situação! Andavam mal na escola... O semblante deles dava dó... Isso me doía mais ainda! O marido o qual cuidou de mim durante todo o tempo, principalmente no período da doença, estava me desprezando, me abandonando, pelo menos era assim que eu via. Meus amigos desde que adoeci muitos se afastaram e aos poucos os demais foram se distanciando também. Família! A minha, não sabiam de fato o que se passava comigo, a dele também não, mas se soubesse também não diferençava nada! Sentia-me feia, gorda, baixo astral, sem graça, inútil, enfim... Era  apenas um peso na vida dos que ainda estavam ao meu redor, e tudo que eu não queria era ser um peso na vida de ninguém, em especial de meus filhos, que ainda eram muito novos. 

Sem poder trabalhar pra me manter, sem poder ao menos ir ao médico por falta de companhia e ter quem me acompanhar. Deitada no meu quarto dependendo até mesmo de um copo d’água e um prato de comida, muitas vezes até de levar ao banheiro, chorava muito,... Sentia-me derrotada, fracassada, na verdade um lixo.

Deus é um PAI! E cuidou de mim. Certo dia curvei-me, mesmo com tantas dores, chorando muito, fechei meus olhos e conversei com Deus. _Senhor, se tu não queres minha morte, porque não me tira desta situação? Eu não aguento mais sofrer, nem ver meus filhos sofrem tantos assim! Ajuda-me a enfrentar esses problemas e me dar minha saúde de volta, eu não nasci assim! Se me confiou teus filhos para cuidar, precisa me encorajar pra cuidar desta missão... Foram essas suplicas que implorei ao Senhor.

Hoje estou aqui descrevendo meus sentimentos e pensamentos, com certeza com um novo pensamento. Tudo que aconteceu, vejo como um aprendizado e não como uma derrota. Sofri sim, chorei, continuo doente, mas com uma certeza de que preciso viver e terminar minha missão aqui na terra a qual ainda é muito longa.

Riko Nogueira:

Você salvou minha vida e isso o tornou herói, o meu herói!

Dedico a você esta sinceras palavras.

Obrigada!

A recompensa é Deus quem te dará.